NÃO TRABALHAMOS COM PENAS DE AVES SILVESTRES
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Apresentação

Nascido e criado em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, um dos estados mais desenvolvidos do Brasil, Pedro Braga é um mineiro de alma indígena. Pedro teve a oportunidade de conhecer uma comunidade indígena DESSANA-TUCANA às margens do Rio Negro em Manaus, capital do estado do Amazonas, através do seu querido irmão Eduardo. Com muita alegria, assistiu a um ritual e ouviu as histórias dos indígenas.  

        

Viajando de barco com seu irmão pelo rio Amazonas, chegaram a uma cidade de nome Parintins, conhecida pelo festival folclórico dos bois  GARANTIDO (vermelho) e CAPRICHOSO (azul). 

    

Andando pela ilha, Pedro parou para conversar com um indígena amazonense, de nome Jeremias, da etnia Way Way.  Encantado com a beleza do cocar do índio, acabou comprando-o. 

    

Intrigado com a arte do cocar adquirido, ficou pensando como aqueles índios conseguiam fixar as penas no barbante...   Já de volta à sua cidade natal, toda vez que olhava para o cocar dizia para si mesmo: “um dia vou aprender a fazer um cocar desses”...

Como o seu irmão percebeu que Pedro havia ficado deslumbrado com o Amazonas, enviou-lhe as passagens para que pudessem fazer a viagem novamente. Outra vez visitaram a comunidade dos Dessana e, naquela oportunidade, assim que o ritual terminara, Eduardo apresentara-lhe a mulher do Pagé. A mulher olhou dentro dos olhos de Pedro e perguntou-lhe: “Você já veio para ficar?”. Pedro ficou sem reação e seu irmão disse a ela que não, ele estava apenas a passeio... A mulher virou as costas e saiu.

Pedro voltara para sua cidade natal novamente, mas o seu pensamento estava no Amazonas... Ele pensara em realmente se mudar para Manaus e ficar perto do seu irmão e dos indígenas. Entretanto, devido às condições financeiras, seria impossível...

Pedro, então, começou a pesquisar outro lugar para morar onde houvesse indígenas. Em sua busca, encontrou uma aldeia em Santa Cruz de Cabrália, no estado da Bahia, lugar muito bonito. Então ele pensou consigo mesmo: “É para lá que eu vou!”. No dia seguinte, coincidência ou não, Pedro encontrou-se com um amigo que estava a passeio em Belo Horizonte e este amigo lhe disse que estava morando em Arraial d’Ajuda, uma cidade próxima de Santa Cruz de Cabrália, e incentivou-o a se mudar para lá. E assim Pedro o fez!  

Após a mudança, Pedro foi abastecer sua moto em um posto a 200 metros da casa que havia alugado, quando viu uma placa com a inscrição: COMUNIDADE INDÍGENA ALDEIA VELHA.  Ele quase não acreditou no que viu!!  

   

Pedro entrou na aldeia e parou em uma casa com a indicação VARANDA CULTURAL. Uma índia o atendeu e informou-lhe sobre a comunidade. 

    

No dia seguinte, Pedro voltou para saber mais a respeito dos indígenas. Como estava perto de uma data festiva da comunidade, a índia perguntou se ele poderia ajudar, fazendo uns colares de açaí para os jogos indígenas das crianças. Pedro aceitou com muita alegria! Ele observou um rapaz fazendo um colar e perguntou a Arnã se ele poderia levar os açaís para casa, pois iria tentar fazê-lo. A  Arnã permitiu e, assim que chegou em sua casa, Pedro começou a confeccionar o colar, embora com certa dificuldade. No dia seguinte, Pedro mostrou à índia o colar por ele feito... ela perguntou quem tinha o ensinado a fazer... Pedro disse que ninguém... ela quase não acreditou, dizendo que estava perfeito! 


Depois disso, Pedro passou a ir quase todos os dias à aldeia, para ajudar os índios a fazerem os colares das crianças para os jogos.

No ano seguinte, na mesma época, o desafio foi fazer cocar de canudinhos... e lá estava Pedro ajudando-os mais uma vez

Pedro observou os cocarzinhos de canudinhos feitos pelos indígenas... 


Como Pedro é um artesão bem detalhista, criou uma maneira de deixar os cocarzinhos mais alinhados, criando pequenas obras de arte! 

   

Devido a sua abilidade, Pedro conseguiu até fazer cocar de canudinhos de Pagé! 

    

Ele fez vários cocarzinhos e, quando faltava uma semana para os jogos infanto-juvenis, foi à aldeia doá-los para as crianças e jovens. Foi uma festa!!!

    

Após isso, Pedro passou a ir quase todos os dias na aldeia. Então conheceu o Rodrigo, um indígena que confeccionava cocares de pena. Na oportunidade, ele fotografava as peças para ter ideia de como elaborá-las. 


Mas, na realidade, o que motivou Pedro a tentar fazer os cocares de pena, foi ver os indígenas trabalhando com penas de todos os tipos de aves silvestres. Como Pedro ama muito a natureza e sabe da importância da preservação dessas aves, começou a pesquisar uma forma de minimizar o impacto ambiental.

A partir disso, Pedro não mediu esforços para utilizar materiais diferentes e sustentáveis... foram várias tentativas até que conseguiu fazer o primeiro. Depois deste, continuou fazendo outros, tentando aprimorá-los, ate chegar na perfeição de seus maravilhosos cocares!!

Como ele sabia que toda criança sonhava em ter um cocarzinho de pena, conseguiu realizar o sonho deles, criando cocarzinhos para alguns indiozinhos...

        


“Acredito que seja uma missão divina, pois no quarto ano trabalhando com a comunidade, consegui ajudar um indígena por nome de Katyré, a realizar seu grande sonho, construindo para ele uma cabana com iluminação de led, de forma que ele pudesse realizar seus rituais indígenas...” Pedro Braga

         

     

“Depois de alguns dias fui convidado para a inauguração da cabana, só que não sabia que seria batizado...  Sim, os índios me batizaram como se eu fosse um deles... Interessante, é que eu tinha feito um cocar de Pagé, pensando em usar quando eu fosse a Parintins...” Pedro Braga  

        

            

                                        

“Como Deus me deu uma capacidade técnica , consegui realizar um grande feito sem que ninguém tivesse me ensinado nada...  Mas, pretendo ir além,  passando meu conhecimento para as crianças indígenas que têm amor à sua cultura. Cultura tão maravilhosa e ancestral!”

        

        

        

        

Gratidão, Deus!!  Pedro Braga  

 


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